Curadores Feridos

“Na mitologia grega existe a história de Quíron, um centauro (criatura com corpo de cavalo e tórax e cabeça de homem) que era superior aos demais centauros. Enquanto os seus irmãos eram beberrões, indisciplinados e propensos à violência, Quíron era inteligente, civilizado e bondoso, além de célebre por seu conhecimento e habilidade com a medicina. Ele fora acidentalmente ferido com uma flecha envenenada lançada por Hércules. Por ser imortal, ele não faleceu por causa desse ferimento, todavia, essa ferida era incurável, e se tornou um sofrimento crônico. Tal situação de desconforto fez com que Quíron, a partir da sua própria dor pessoal, pudesse entender a dimensão do sofrimento daqueles que curava.

“Não somos blindados ao sofrimento, mas podemos usar das nossas próprias dores existenciais para agir com reverência diante da dor do nosso próximo.”

Isso o transformou em um exímio curador e o fez ser considerado o Pai das Terapias Curativas, sendo chamado de “Curador Ferido”. Carl Jung se apropriou dessa imagem para dizer que um terapeuta pode ajudar na cura de pessoas, por ele mesmo ser um doente. Mais tarde um padre chamado Henry Nouwen escreveu um livro com esse título, falando da maneira tão mística que homens e mulheres marcados por suas dores são capazes de ajudar pessoas e suas feridas no processo da cura. Como terapeutas precisamos encarar nossas dores e limitações, e isso nos fará olhar para o outro com empatia, compaixão, misericórdia e amor incondicional. Não somos blindados ao sofrimento, mas podemos usar das nossas próprias dores existenciais para agir com reverência diante da dor do nosso próximo. Somos Curadores Feridos.”

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